Estereótipos construídos há décadas afastam pessoas do convívio social
A maior parte das pessoas identificadas pela alcunha de nerd se encaixa em um arquétipo que tem sido construído ao longo de algumas décadas. O estereótipo mais comum os retrata como aqueles sujeitos muitíssimo inteligentes, obcecados com as atividades escolares ou o do trabalho, pouco interessados em atividades ao ar livre ou esportivas, sem nenhuma noção das mais recentes tendências da moda, desinteressados de tudo que se diga a respeito deles e quase sempre prontos a se rebelarem ativamente contra os conceitos mais contemporâneos a respeito do que seja descolado, elegante, adequado a cada situação ou até mesmo normal.
O arquétipo pode ser visto e reconhecido em personagens da cultura popular, como, por exemplo, Leonard Leakey Hoffstadter, em The Big Bang Theory. Os nerds mais típicos são caracterizados como tendo conhecimento notadamente diferenciado pela profundidade incomum e pela diversidade de áreas a respeito das quais conseguem se posicionar com certa autoridade. Chegam a esse ponto especialmente por meio da leitura de tudo que lhes caia nas mãos, desde notícias em revistas até quadrinhos japoneses ou de ficção científica, passando por romances e clássicos da literatura mundial.
A conversa de um cidadão comum com qualquer desses nerds costuma ser marcada pela evidenciação de um abismo de conhecimentos e de interesses que, por vezes, acaba gerando desinteresse de uma das partes, ou, não raras vezes, de ambas.
Fique claro, entretanto, que tudo isso é uma tremenda generalização, reforçada por preconceitos cheios de matizes próprios de cada sociedade e de subgrupos dentro delas. Há que se ter cuidado com esse tipo de rotulagem que costuma ser colocado sobre aqueles que não se enquadram em determinado padrão considerado adequado pela maioria das pessoas.
Na verdade, se for feito um exercício que identifique uma dezena de nerds, facilmente se perceberá que nenhum deles poderia ser perfeitamente encaixado dentro das descrições mais habituais.
Existem diversos casos em que pessoas introvertidas acabam sendo discriminadas e afastadas do convívio social por causa da marca que os estereótipos lhes causam. Definitivamente, não é uma boa ideia categorizar seres humanos como se fossem objetos de um catálogo ou numa prateleira.