É descoberto parasita que causa sintomas semelhantes aos da leishmaniose visceral em humanos

Publicado na revista cientifica Emerging Infectious Diseases, o novo estudo revela um parasita que pode mimetizar os sintomas da leishmaniose visceral. O estudo foi realizado por cientistas da Universidades Federais de Sergipe e São Carlos, da Universidade de São Paulo e da Fundação Oswaldo Cruz, pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) e instituto nacional de saúde nos EUA. O microrganismo foi isolado de um paciente brasileiro, que foi diagnosticado com leishmaniose, mas não respondia ao tratamento.

A leishmaniose é uma doença que pode ser fatal e é transmitida pela picada do mosquito palha. Possui duas formas: cutânea, capaz de causar lesões na pele, e a visceral, considerada a forma mais grave, pois atinge o baço fígado e medula óssea. Na zona urbana, o cão doméstico é considerado o reservatório desta enfermidade.

O microrganismo descoberto teve seu genoma sequenciado e foi determinado que se trata de um parasita que era até então desconhecido e, portanto, significa que uma nova doença foi encontrada. O sequenciamento revelou que este parasita está relacionado com outro microrganismo, o Crithidia fasciculata, que também é capaz de colonizar mosquitos. Em estudos, foi mostrado que o protozoário pode infectar o fígado e até mesmo causar lesões na pele de mamíferos.

A enfermidade em questão pode causar sintomas como febre, enjoo, anemia e órgãos como baço e fígado podem estar aumentados. Apesar da semelhança, as características da doença mostram que a mesma é mais grave que a própria leishmaniose. Ainda não há evidencias de que o novo protozoário pode ser transmitido pelo mosquito palha, que é responsável pela transmissão da outra parasitose, porém sabe-se que mosquitos Anopheles e Culex podem hospedar este parasita.

A preocupação em torno das notícias é grande, pois se for o caso de uma doença emergente no Brasil, haverá a necessidade de novos estudos capazes de identificar drogas eficientes no combate da doença, pois o tratamento convencional para leishmaniose não se aplica à nova enfermidade.reportagem do g1

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