Estudo científico associa surgimento de câncer ao consumo bebidas açucaradas
O estudo divulgado na primeira quinzena de julho, pelo British Medical Journal (BMJ), frisa a relação do consumo de bebidas açucaradas, como sucos 100% naturais ou não e refrigerantes, com a elevação do risco do desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.
Os dados levantados apontam que um aumento de 100ml no consumo diário dessas bebidas pode aumentar em 18% a probabilidade do surgimento de câncer, destacando, especificamente, o aumento de 22% nas chances do desenvolvimento do câncer de mama.
Para a elaboração da pesquisa, os cientistas analisaram a rotina alimentar de 101 mil adultos franceses saudáveis através da entrega de relatórios de consumo durante certo período, no máximo 9 anos. Entre os participantes, com idade média de 42 anos no início da pesquisa, 79% eram mulheres e 21% homens.
Ao longo dos anos acompanhados pela equipe de cientistas, foram relatados 2.193 casos de câncer. Para a conclusão do trabalho, além do estabelecimento de correlação entre o consumo de bebidas açucaradas e a doença, também foram considerados para o surgimento do câncer fatores como: histórico familiar, idade, nível de prática de atividade física e o tabagismo.
Segundo as notícias sobre o estudo, não foi revelado pela pesquisa o motivo do açúcar trabalhar em favor do aparecimento da doença. Entretanto, os especialistas acreditam que o alto teor de consumo deste produto deve estar associado ao maior armazenamento de gordura próximo aos órgãos vitais. Os autores afirmaram a necessidade de mais confirmações científicas para comprovar a ligação concreta entre as bebidas açucaradas e o câncer.
Para Mario Carra, o presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), apesar do açúcar ser “tóxico” para as células do corpo e aumentar o risco de desenvolvimento de tumores, é preciso entender que existe mais de um fator para o surgimento do câncer e, por isso, certos alimentos não devem ser “demonizados” como únicos culpados pela doença.
Notícias publicadas no final de 2017 revelaram que o Ministério da Saúde firmou um acordo que compreende na retirada de 144 mil toneladasde alguns produtos açucarados até 2022.